quinta-feira, 29 de agosto de 2013

CINEMA E INCLUSÃO

A palavra é inclusão. A inclusão deveria ser a palavra de ordem da nossa sociedade que é cheia de novidades, estímulos e manifestações artísticas, embora não para todos. Como um cego e um surdo podem assistir a um filme ou a uma peça teatral? Vocês já se perguntaram? Será que é justo tais pessoas não terem acesso à beleza da arte por terem necessidades diferentes das nossas? Pensando nisso, Rafael Coelho e Claudia Moraes criaram uma oficina de cinema voltada para surdos, nascendo daí três curtas-metragens.


Bem, de algum tempo para cá, é possível ver iniciativas de tornar a arte mais acessível a todos, incluindo cegos e surdos. O filme Signo da cidade, do diretor Carlos Alberto Ricceli, foi lançado em 2007 e é totalmente adaptado com áudio descrição e legenda apropriada para os surdos. Para quem não sabe aquela legenda que costumamos ver em filmes de outros idiomas não são exatamente a mais adequada para eles, pois, o português da linguagem de libras possui muitas diferenças do português fonético — ele é mais simples. Por exemplo, nas libras, não tem a conjugação verbal como a conhecemos. Outro filme muito especial é Colegas, do diretor Marcelo Galvão, que conta a história de três amigos portadores da Síndrome de Down, fãs da sétima arte, que fogem do instituto onde viviam para realizar seus sonhos. O filme mostra como os portadores da Síndrome de Down enxergam o mundo e, o mais interessante é que ele dá espaço para jovens atores, também portadores da síndrome, mostrarem do que são capazes.
Outra iniciativa de inclusão foi a da empresa Pagina 21 de Recife, que criou na cidade de Petrolina-PE uma oficina audiovisual voltada para pessoas surdas com o objetivo de criar curtas-metragens. Desse trabalho, nasceram dois curtas de ficção: Amizades Surdas, dirigido por Carmela Correia, e A volta por cima, dirigido por Shaiane Oliveira, e mais um curta documentário, Olhar surdo, por Carmela Correia e Shaiane Oliveira — ambas surdas.
No dia 28/07, aconteceu o lançamento do curta documentário Olhar surdo, que fala sobre a dificuldade de comunicação entre os deficientes auditivos e o mundo dos sons. Ele nos mostra também que os surdos são capazes de desempenhar atividades braçais, como em geral desempenham. A produção foi exibida durante o Aldeia Velho Chico, evento promovido pelo SESC da região. No dia 29/07, encontrei-me com os idealizadores do projeto Rafael Coelho e Claudia Moraes que desempenharam o papel de orientadores e coordenadores da oficina, além das diretoras Carmela Correia e Shaiane Oliveira. Com a ajuda e colaboração da intérprete Ana Paula Sousa, tivemos uma conversa muito bacana sobre a experiência de dirigir três curtas-metragens.



















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